quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Voto cidadão é voto consciente
Sílvia Germano

Juiz de Fora é o quarto maior colégio eleitoral do estado de Minas Gerais, e no dia 5 de outubro, os mais de 360 mil leitores irão escolher prefeito e vereadores, que governarão a cidade por quatro anos.
Durante a campanha eleitoral, as estratégias para abocanhar votos vão das mais explícitas aos métodos mais inconfessáveis. E os eleitores devem ficar atentos. É nesse momento que aparecem aqueles que vão asfaltar a sua rua, que construirão um posto de saúde no seu bairro, que prometem um emprego caso sejam eleitos, enfim, os que juram mundos e fundos.
Depois dos últimos acontecimentos, um espetáculo de corrupção e lavagem de dinheiro, os juizforanos precisam – e merecem – políticos decentes, que estejam realmente preocupados com o bem estar social e com o progresso da cidade. Para que os bons políticos sejam eleitos, é imprescindível que os cidadãos tenham consciência da importância do voto.
Como bem preceitua a Constituição Federal (artigo 1°, Parágrafo Único): “Todo o poder emana do povo”, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. Portanto, somente o povo, através do voto consciente, é quem poderá impedir que políticos corruptos sejam eleitos no pleito que se aproxima. É importante ressaltar, ainda, que o cotidiano dos que votam (e também daqueles que não votam) sofrem influência direta da política, como exemplo, os preços de todos os produtos e serviços, a qualidade dos serviços públicos, a empregabilidade e a saúde.
Por fim, não é preciso encontrar fórmulas ou teorias para fazer uma boa escolha política. Para que isso ocorra, basta pesquisar e analisar cuidadosamente os candidatos, votando de forma consciente. É importante prestar atenção em suas propostas e na viabilidade das mesmas e, ainda, desvendar o seu passado, seja ele em cargos públicos ou não. O voto não é mercadoria, por isso, não pode ser vendido ou trocado por bens de favorecimento pessoal. Votar com sabedoria é, sem dúvida, a única forma de renovar, qualificadamente, o quadro político de Juiz de Fora.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Passagem de ônibus em Juiz de Fora volta a custar R$ 1,55
Por Sílvia Germano

Os juizforanos voltaram a pagar o valor de R$ 1,55 pela tarifa de ônibus desde às 23h55 do dia 18 de junho. A suspensão do valor de R$ 1,75 foi determinada por meio de liminar pela juíza substituta da Vara da Fazenda Pública Municipal, Maria Cecília Gollner Stephan. O pedido de tutela antecipada já havia sido feito pela Promotoria de Defesa do Consumidor, por meio dos promotores Plínio Lacerda e Carlos Ari Brasil. A juíza acatou o pedido dos promotores e decidiu que o valor de R$ 1,55 deverá ser mantido até que sejam finalizadas as ações civis públicas movidas pela promotoria.

A polêmica envolvendo o valor da passagem de ônibus de Juiz de Fora ganhou força depois que a revista Época divulgou em seu site, um vídeo do ex-prefeito Carlos Alberto Bejani, recebendo dinheiro de um empresário do setor de transporte, em suposta negociação pelo aumento da tarifa. De acordo com a juíza Maria Cecília, os vídeos foram “a gota d’água para a comprovação das irregularidades no valor cobrado”. No ano passado, especialistas de Belo Horizonte e da Universidade Federal de Juiz de Fora, fizeram uma perícia que já havia demonstrado o superfaturamento na confecção das planilhas. Eles apontaram que o valor ideal da passagem seria de R$ 1,39.

A Astransp e as empresas de ônibus da cidade, já foram notificadas e deverão cumprir a determinação. A empresa informou que vai recorrer da decisão. E em nota oficial, informou, ainda, que a redução no preço das passagens vai "comprometer a atividade das empresas que operam o sistema, com prejuízo no serviço oferecido à população".

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Bejani, sabiamente, renuncia

Um corrupto a menos em JF
Lesiane Fernandes

O prefeito Alberto Bejani, há quatro dias na prisão, acaba de renunciar ao cargo de prefeito de Juiz de Fora. Ainda na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Bejani enviou uma carta, registrada em cartório, à Câmara de Vereadores, na qual renuncia a seu cargo na prefeitura da cidade, dando lugar ao, até então vice-prefeito, José Eduardo Araújo (PR).

Segundo informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura, Alberto Bejani diz ter renunciado para se dedicar exclusivamente à sua defesa.
Existe uma CPI na Câmara de vereadores instalada para investigar as denúncias contra o prefeito e, segundo o presidente da Câmara, vereador Vicente de Paula Oliveira (PTB), a leitura do texto final dessa investigação será lida ainda na tarde de hoje e enviada ao Ministério Público nesta terça-feira, 17.

Leia mais em http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL602704-5601,00.html



sexta-feira, 13 de junho de 2008

De volta para Pasárgada

Bejani novamente na cadeia
Por Lesiane Fernandes


Recentemente, após uma longa investigação da Polícia Federal, cuja operação foi intitulada de Pasárgada, cerca de 40 pessoas, a maioria políticos, foram presas sob suspeita de fraude contra os cofres públicos. Dentre eles estava o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani. Poucas semanas após ser colocado em liberdade, Bejani é preso novamente.

Segundo a Polícia Federal, o atual prefeito foi preso acusado de forjar documentos para comprovar a origem do dinheiro encontrado em sua residência no início da investigação, cerca de R$1, 2 milhões. Além dele, outras 13 pessoas foram detidas sobre suspeita de formação de quadrilha e negociação de vantagens para beneficiar empresas de transporte público coletivo de Juiz de Fora.

Uma das provas que a Polícia Federal tem contra Alberto Bejani é um pacote com vários DVDs, encontrado no gabinete dele, em Juiz de Fora, durante a operação em que o prefeito foi preso pela primeira vez. As imagens foram publicadas na página da Revista Época, na internet, e revelariam as relações de Bejani com empreiteiros e donos de concessões municipais. As gravações teriam sido feitas do escritório de um aliado de Bejani, o empresário Francisco José Carapinha, o ‘Bolão’, dono de uma empresa de ônibus.

Parte das imagens, datadas de dezembro de 2005, mostra Bejani recebendo maços de dinheiro em troca do compromisso de aumentar a tarifa de ônibus. O reajuste negociado, que acabou sendo praticado, elevava a passagem de R$ 1,30 para R$ 1,55. Veja detalhes em http://www.jfmg.com.br/imprimir/printnoticia.php?dados=21741.

A polícia diz que, apesar da prisão de Bejani ser preventiva, pela gravidade das denúncias, dificilmente ele será liberado antes da conclusão do inquérito, o que deve acontecer nos próximos 60 dias.

Essa nova operação da PF, que foi intitulada “de volta para Pasárgada” promete não deixar impunes os freqüentes crimes políticos que vêm ocorrendo em todo país, especificamente em Juiz de Fora. O poeta Manuel Bandeira tem um poema que diz: “Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei, lá tenho a mulher que eu quero, na cama que escolherei”.

Na literatura brasileira, Pasárgada é tida como um lugar ironicamente ideal. Juiz de Fora, no momento, tem sido assim para políticos e empresários corruptos. Com essas prisões e a seriedade nas investigações, juizforanos esperam começar a viver em uma cidade mais próxima da ideal, em que os benefícios venham por merecimento e não por troca de favores. Afinal, poucos são os que têm o privilégio de serem “amigos do rei”.

Televisão: mocinha ou vilã?

Por Taymara Corrêa


Uma coisa é fato: a televisão está presente na vida das pessoas, direta ou indiretamente, 24 horas por dia. Utilizada por muitos como um meio de lazer, ela tomou conta da vida de boa parte da sociedade. Com isso, ela se tornou a principal formadora de opinião da população, fazendo com que as pessoas mudem seus hábitos e opiniões.

A sociedade está cada vez mais dependente desse veículo, e as pessoas se espelham nela para fugirem das dificuldades de seu dia a dia. Os programas de interatividade são os atrativos, e isso faz com que várias pessoas sigam suas vidas como se fossem personagens de TV: vestem as mesmas roupas, agem e pensam do mesmo jeito, compram os mesmos veículos. É o que conhecemos como cultura de massa.

Em toda a programação, a TV vende e as pessoas recebem essas informações de maneira natural, sem saber ao certo se aquilo ali é verdadeiro. Muitas mulheres querem ter o mesmo cabelo da apresentadora do jornal, o mesmo corpo da dançarina da novela ou querem uma vida igual à dos participantes do BBB.

A TV, ao mesmo tempo em que cria mocinhos, os transforma em vilões. Faz com que um assunto pequeno se transforme em um grande problema e o público, despreparado, aceita tudo isso e, como macacos de circo, faz tudo exatamente como eles querem.

Claro que não devemos colocar à prova os benefícios adquiridos com a TV, mas devemos estar atentos ao uso que fazemos dela, afinal, é fato que esse é um veículo manipulador, e essa manipulação afeta a todos, principalmente os mais desavisados, que entendem como regra a ser seguida tudo que assistem ao longo do dia. Cabe, portanto, aos que têm o título de formadores de opinião, utilizar esse poder para abrir os olhos dos telespectadores sobre o que é real e o que é ficção, o que é cultura e o que não passa de manipulação disfarçada de entretenimento.



quarta-feira, 21 de maio de 2008

É um avião? Não, é uma barriga!!!
Um falso acidente aéreo em São Paulo
Por Sílvia Germano

Um incêndio, que ocorreu na tarde de terça-feira (20/05) em um prédio comercial na Zona Sul de São Paulo, causou confusão e deixou a imprensa em situação delicada e, diga-se de passagem, constrangedora. O fato é que, a emissora de TV a cabo Globo News noticiou que um avião da Pantanal Linhas Aéreas havia se chocado em um prédio na região sul de São Paulo. Na busca pelo furo, vários sites de notícias veicularam a informação, baseada na Globo News, sem ao menos checar se era exata, ou não. Na verdade, o incêndio atingiu as instalações de uma loja de colchões, não existia avião algum. Resultado: a famosa “barriga”, bela de uma informação falsa.

Para se justificar, a Central Globo de Comunicação divulgou uma nota (veja a íntegra no site
http://www.folhaonline.com.br/) afirmando que o canal pago “apurou as informações simultaneamente à transmissão das imagens”. E ainda, não disseram a origem da informação errada.

Manchetes do tipo: “Avião atinge prédio em São Paulo”; “Avião da Pantanal cai na Zona Sul de SP” ; “Ao vivo: avião cai em prédio na região sul de São Paulo” e “Avião cai em bairro residencial em São Paulo”, foram noticiadas por grandes sites jornalísticos. Nenhum deles verificou a veracidade da informação antes de publicá-la. E para piorar, quando perceberam o erro trataram de colocar a culpa na Infraero, na Pantanal, na Globo News (não estou retirando a culpabilidade da Globo, afinal foi a percussora da barriga). “Passaram-nos informações erradas”. Não e não! Todo veículo deve ter cautela ao divulgar um fato e apura-lo da melhor maneira possível. Isso é o mínimo que se deve exigir de um jornalista e de todos os meios de comunicação.

A pressão pelo imediatismo não pode, jamais, ser a razão para veicular uma informação sem que os fatos sejam devidamente apurados. Que o ocorrido sirva de lição.

Leia mais:
http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid175635,0.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u403858.shtml

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Caso Ronaldo
O show não pode parar

Por Sílvia Germano


O assunto já está esfriando na mídia - méritos para a “operação - abafa” de uma das maiores redes de TV do nosso país – mas, eu não poderia deixar de fazer algumas colocações sobre essa nova novela que alavancou pontos de audiência para a imprensa.

Sai “Caso Isabella”, entra “Caso Ronaldo”. Nosso país é mestre em criar folhetins com a vida, e infortúnio, das pessoas. Casos, novelas, o show da vida – não é o Fantástico, minha gente – é mais uma espetacularização de um episódio do cotidiano, particular, de uma pessoa comum. A diferença é a seguinte: a “tal” pessoa é um mito, um herói midiático, o próprio nome já diz: Ronaldo Fenômeno.

Como pode um acontecimento, no mínimo banal, causar tanta repercussão? O fato é que, Ronaldo sempre foi visto como um herói, uma celebridade “do bem”, o embaixador da Unicef, tudo isso ajudou a construir uma boa imagem para o jogador. E o que acontece quando “personagens” como ele não condiz com a imagem projetada? O show, o escândalo. O que deve ser lembrado, sempre, é que os “heróis” são constituídos de carne e osso, como qualquer mortal, cheio de deslizes e pecados.

Apesar da fama, prestígio e dinheiro, Ronaldo continua sendo o garoto do subúrbio carioca que se destacou graças a um talento que tinha, leia-se, não tem mais. Ele se destacou e entrou de cabeça, literalmente, no mundo das celebridades, como bem diz o jornalista Muniz Sodré, “a sociabilização pela sedução ilimitada pode ter efeitos devastadores sobre almas simples elevadas ao panteão da fama”.

Se Ronaldo agiu certo ou não? Não me cabe julgar. A questão abordada é o espetáculo criado para um caso grotesco. E se ele estivesse no motel com uma ou mais mulheres? O efeito seria outro, com toda a certeza as manchetes dos jornais seriam “O Fenômeno continua na ativa, batendo um bolão fora dos campos”, não é mesmo?! Mas em um país onde ser homossexual e, relacionar-se com esses, não é ser normal as manchetes apontam para uma vergonha nacional, um fenômeno “misturado” às anormalidades.

Enquanto não surgem novas novelas, novos capítulos, o público continua saboreando os acontecimentos desastrosos, ou não, da vida alheia. Até que venham novos fenômenos e novos espetáculos. Afinal, o show não pode parar.