Bejani novamente na cadeia
Por Lesiane Fernandes
Recentemente, após uma longa investigação da Polícia Federal, cuja operação foi intitulada de Pasárgada, cerca de 40 pessoas, a maioria políticos, foram presas sob suspeita de fraude contra os cofres públicos. Dentre eles estava o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani. Poucas semanas após ser colocado em liberdade, Bejani é preso novamente.
Segundo a Polícia Federal, o atual prefeito foi preso acusado de forjar documentos para comprovar a origem do dinheiro encontrado em sua residência no início da investigação, cerca de R$1, 2 milhões. Além dele, outras 13 pessoas foram detidas sobre suspeita de formação de quadrilha e negociação de vantagens para beneficiar empresas de transporte público coletivo de Juiz de Fora.
Uma das provas que a Polícia Federal tem contra Alberto Bejani é um pacote com vários DVDs, encontrado no gabinete dele, em Juiz de Fora, durante a operação em que o prefeito foi preso pela primeira vez. As imagens foram publicadas na página da Revista Época, na internet, e revelariam as relações de Bejani com empreiteiros e donos de concessões municipais. As gravações teriam sido feitas do escritório de um aliado de Bejani, o empresário Francisco José Carapinha, o ‘Bolão’, dono de uma empresa de ônibus.
Parte das imagens, datadas de dezembro de 2005, mostra Bejani recebendo maços de dinheiro em troca do compromisso de aumentar a tarifa de ônibus. O reajuste negociado, que acabou sendo praticado, elevava a passagem de R$ 1,30 para R$ 1,55. Veja detalhes em http://www.jfmg.com.br/imprimir/printnoticia.php?dados=21741.
A polícia diz que, apesar da prisão de Bejani ser preventiva, pela gravidade das denúncias, dificilmente ele será liberado antes da conclusão do inquérito, o que deve acontecer nos próximos 60 dias.
Essa nova operação da PF, que foi intitulada “de volta para Pasárgada” promete não deixar impunes os freqüentes crimes políticos que vêm ocorrendo em todo país, especificamente em Juiz de Fora. O poeta Manuel Bandeira tem um poema que diz: “Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei, lá tenho a mulher que eu quero, na cama que escolherei”.
Na literatura brasileira, Pasárgada é tida como um lugar ironicamente ideal. Juiz de Fora, no momento, tem sido assim para políticos e empresários corruptos. Com essas prisões e a seriedade nas investigações, juizforanos esperam começar a viver em uma cidade mais próxima da ideal, em que os benefícios venham por merecimento e não por troca de favores. Afinal, poucos são os que têm o privilégio de serem “amigos do rei”.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
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