terça-feira, 24 de junho de 2008

Passagem de ônibus em Juiz de Fora volta a custar R$ 1,55
Por Sílvia Germano

Os juizforanos voltaram a pagar o valor de R$ 1,55 pela tarifa de ônibus desde às 23h55 do dia 18 de junho. A suspensão do valor de R$ 1,75 foi determinada por meio de liminar pela juíza substituta da Vara da Fazenda Pública Municipal, Maria Cecília Gollner Stephan. O pedido de tutela antecipada já havia sido feito pela Promotoria de Defesa do Consumidor, por meio dos promotores Plínio Lacerda e Carlos Ari Brasil. A juíza acatou o pedido dos promotores e decidiu que o valor de R$ 1,55 deverá ser mantido até que sejam finalizadas as ações civis públicas movidas pela promotoria.

A polêmica envolvendo o valor da passagem de ônibus de Juiz de Fora ganhou força depois que a revista Época divulgou em seu site, um vídeo do ex-prefeito Carlos Alberto Bejani, recebendo dinheiro de um empresário do setor de transporte, em suposta negociação pelo aumento da tarifa. De acordo com a juíza Maria Cecília, os vídeos foram “a gota d’água para a comprovação das irregularidades no valor cobrado”. No ano passado, especialistas de Belo Horizonte e da Universidade Federal de Juiz de Fora, fizeram uma perícia que já havia demonstrado o superfaturamento na confecção das planilhas. Eles apontaram que o valor ideal da passagem seria de R$ 1,39.

A Astransp e as empresas de ônibus da cidade, já foram notificadas e deverão cumprir a determinação. A empresa informou que vai recorrer da decisão. E em nota oficial, informou, ainda, que a redução no preço das passagens vai "comprometer a atividade das empresas que operam o sistema, com prejuízo no serviço oferecido à população".

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Bejani, sabiamente, renuncia

Um corrupto a menos em JF
Lesiane Fernandes

O prefeito Alberto Bejani, há quatro dias na prisão, acaba de renunciar ao cargo de prefeito de Juiz de Fora. Ainda na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Bejani enviou uma carta, registrada em cartório, à Câmara de Vereadores, na qual renuncia a seu cargo na prefeitura da cidade, dando lugar ao, até então vice-prefeito, José Eduardo Araújo (PR).

Segundo informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura, Alberto Bejani diz ter renunciado para se dedicar exclusivamente à sua defesa.
Existe uma CPI na Câmara de vereadores instalada para investigar as denúncias contra o prefeito e, segundo o presidente da Câmara, vereador Vicente de Paula Oliveira (PTB), a leitura do texto final dessa investigação será lida ainda na tarde de hoje e enviada ao Ministério Público nesta terça-feira, 17.

Leia mais em http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL602704-5601,00.html



sexta-feira, 13 de junho de 2008

De volta para Pasárgada

Bejani novamente na cadeia
Por Lesiane Fernandes


Recentemente, após uma longa investigação da Polícia Federal, cuja operação foi intitulada de Pasárgada, cerca de 40 pessoas, a maioria políticos, foram presas sob suspeita de fraude contra os cofres públicos. Dentre eles estava o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani. Poucas semanas após ser colocado em liberdade, Bejani é preso novamente.

Segundo a Polícia Federal, o atual prefeito foi preso acusado de forjar documentos para comprovar a origem do dinheiro encontrado em sua residência no início da investigação, cerca de R$1, 2 milhões. Além dele, outras 13 pessoas foram detidas sobre suspeita de formação de quadrilha e negociação de vantagens para beneficiar empresas de transporte público coletivo de Juiz de Fora.

Uma das provas que a Polícia Federal tem contra Alberto Bejani é um pacote com vários DVDs, encontrado no gabinete dele, em Juiz de Fora, durante a operação em que o prefeito foi preso pela primeira vez. As imagens foram publicadas na página da Revista Época, na internet, e revelariam as relações de Bejani com empreiteiros e donos de concessões municipais. As gravações teriam sido feitas do escritório de um aliado de Bejani, o empresário Francisco José Carapinha, o ‘Bolão’, dono de uma empresa de ônibus.

Parte das imagens, datadas de dezembro de 2005, mostra Bejani recebendo maços de dinheiro em troca do compromisso de aumentar a tarifa de ônibus. O reajuste negociado, que acabou sendo praticado, elevava a passagem de R$ 1,30 para R$ 1,55. Veja detalhes em http://www.jfmg.com.br/imprimir/printnoticia.php?dados=21741.

A polícia diz que, apesar da prisão de Bejani ser preventiva, pela gravidade das denúncias, dificilmente ele será liberado antes da conclusão do inquérito, o que deve acontecer nos próximos 60 dias.

Essa nova operação da PF, que foi intitulada “de volta para Pasárgada” promete não deixar impunes os freqüentes crimes políticos que vêm ocorrendo em todo país, especificamente em Juiz de Fora. O poeta Manuel Bandeira tem um poema que diz: “Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei, lá tenho a mulher que eu quero, na cama que escolherei”.

Na literatura brasileira, Pasárgada é tida como um lugar ironicamente ideal. Juiz de Fora, no momento, tem sido assim para políticos e empresários corruptos. Com essas prisões e a seriedade nas investigações, juizforanos esperam começar a viver em uma cidade mais próxima da ideal, em que os benefícios venham por merecimento e não por troca de favores. Afinal, poucos são os que têm o privilégio de serem “amigos do rei”.

Televisão: mocinha ou vilã?

Por Taymara Corrêa


Uma coisa é fato: a televisão está presente na vida das pessoas, direta ou indiretamente, 24 horas por dia. Utilizada por muitos como um meio de lazer, ela tomou conta da vida de boa parte da sociedade. Com isso, ela se tornou a principal formadora de opinião da população, fazendo com que as pessoas mudem seus hábitos e opiniões.

A sociedade está cada vez mais dependente desse veículo, e as pessoas se espelham nela para fugirem das dificuldades de seu dia a dia. Os programas de interatividade são os atrativos, e isso faz com que várias pessoas sigam suas vidas como se fossem personagens de TV: vestem as mesmas roupas, agem e pensam do mesmo jeito, compram os mesmos veículos. É o que conhecemos como cultura de massa.

Em toda a programação, a TV vende e as pessoas recebem essas informações de maneira natural, sem saber ao certo se aquilo ali é verdadeiro. Muitas mulheres querem ter o mesmo cabelo da apresentadora do jornal, o mesmo corpo da dançarina da novela ou querem uma vida igual à dos participantes do BBB.

A TV, ao mesmo tempo em que cria mocinhos, os transforma em vilões. Faz com que um assunto pequeno se transforme em um grande problema e o público, despreparado, aceita tudo isso e, como macacos de circo, faz tudo exatamente como eles querem.

Claro que não devemos colocar à prova os benefícios adquiridos com a TV, mas devemos estar atentos ao uso que fazemos dela, afinal, é fato que esse é um veículo manipulador, e essa manipulação afeta a todos, principalmente os mais desavisados, que entendem como regra a ser seguida tudo que assistem ao longo do dia. Cabe, portanto, aos que têm o título de formadores de opinião, utilizar esse poder para abrir os olhos dos telespectadores sobre o que é real e o que é ficção, o que é cultura e o que não passa de manipulação disfarçada de entretenimento.